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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Elas e Eles

Eu estou com medo. Um medo que eu nunca senti antes. Medo do esquecimento. Desde que eu cheguei aqui e notei que perdi muita coisa, que tenho perdido muita coisa, que tudo mudou e tem mudado na minha ausência. Eu fiquei com medo. Eu estou com medo de esquecer que eu conheço ela há doze anos, que teve aquela história no ônibus, e aquela outra no meu aniversário, que invetamos milhões de apelidos para nossos paqueras. Eu estou com medo de esquecer ela, que eu já esqueci e lembrei que a gente saia juntas nessa cidade parada, mas sempre se divertia, que bebíamos uma Ice e já riamos feito bobas, dos bailes que fomos só nós duas, das idas ao Rio Preto Shopping e tomávamos cappuccino e depois víamos um filme. Também tenho medo de esquecer ela que eu sempre odiei e condenei, no meu íntimo, tanta coisa dela, e que no último ano nos aproximamos e viramos grandes amigas que se entendem e se conhecem e se sabem como mais ninguém. Medo de esquecer daquela outra que eu passei inúmeros finais de semana (tecnicamente) nunca esperando ninguém, e das inúmeras aventuras e ciladas que vivemos juntas. Confesso que estou até com medo de esquecer "ele". Justamente ele, que me fez chorar e sofrer durante dois anos. Por ele que cometi minhas loucuras, comecei brigas, fiz pirraça, tentei ser sexy, lutei e tive de volta e perdi novamente. Ele, que eu achava que era amor, mas hoje sei que nunca foi. E tem aquele outro "ele" que surgiu em meio ao meio cego amor pelo anterior, que me fez loucuras, que me balançou, me virou do avesso, me conheceu por dentro pela primeira vez. E no meio de todos os "elas" e "eles" houve tantas outras pessoas que eu também não queria esquecer. Mas estou com medo, porque estou longe, e a distância tem aumentado tanto que mesma na presença deles eu sinto que algo esta murchando, morrendo. E a morte dói. Eu queria lutar para não esquecer, para não me perder disso, mas não depende mais de mim. E a gente vai vivendo uns sem os outros e as coisas vão mudando e sendo esquecidas. E vai doendo e esquecendo até o dia que ninguém mais lembrará de mim e nem eu "delas" e "deles".

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