Não duvido que você goste de mim. Nunca duvidei. Mas
entenda, eu não confiava. Não confiava em você como homem, porque você é um
menino que não sabe o que quer comer amanhã. Porque não sabe onde quer estar
daqui a dez minutos, nem daqui a dez anos. Não confiava em você porque nunca
confiei em mim. Como uma menina que tem medo de quebrar o brinquedo de tanto
brincar. Como mulher moderna que não quer depender de ninguém pra ir ao
mercado, a farmácia ou ao bar. Mas principalmente porque eu não gostava. Não
gostava de você a ponto de aceitar suas coisas que eu odeio. Não gostava a
ponto de querer ficar pra sempre junto. Não gostava tanto quanto eu gosto do
outro.
Também nunca duvidei que o outro gostasse de mim. Ele também
gosta. Só não saber o que fazer disso. Mas por mim tudo bem, porque eu também
gosto e não sei o que fazer com isso.
O que não deu certo entre mim e você foi a hora. A hora era
errada. A hora passou.
Não sei aceitar suas meias verdades e as mentiras
inteiras. Não sei aceitar que você me quer enquanto quer tudo e todas ao mesmo
tempo. Não sei amar porque eu ainda não aprendi a ter paz. Entenda que eu sou
louca, e todas as vezes que eu briguei com você ou com ele foi loucura minha.
Mas nenhuma das minhas loucuras foi sem sentido.
Quando eu briguei com você porque encontrei uma mensagem no
seu celular, eu tinha razão em ser louca. Quando eu te pedi para não falar mais
com a outra menina, eu também tinha razão. Quando eu pensei que você não era o
outro, e nunca faria coisas ou seria parecido com ele, eu também tinha razão.
Não vou dizer que não gostei. Eu gostei. Muito. Mas não o
suficiente para ficar junto. Já do outro, eu também gosto. Muito. Mas é muito
mais do que o suficiente para ficar junto.
Entenda que o problema sou eu. Não é você. Não é outro. É o
amor que é só meu ou só seu e não sei dar nem receber.
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