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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Estou há uma hora deitada no chão.
- Levanta daí.
- Não consigo sequer pensar em ter forças pra sair do chão.
- Sai daí, levanta. Arruma o quarto, a casa, a bagunça da sua cabeça.
- Não quero.
- Levanta, você precisa.
- Não consigo.
- Pelo menos tenta.
- Eu quero fazer parte do chão, do duro, do oco, do imóvel.
- Você precisa levantar. Reage!
- Não.
- Levanta e toma alguma decisão, ou fica ou vai, mas levanta.
- E se eu levantar o que acontece?
- Não sei, mas você precisa levantar pra saber.
 - Eu não sei por onde começar.
- Ergue a cabeça, se apoia nas mãos, no joelho, mas levanta pelo amor de Deus!
- No chão é melhor, tô super bem aqui.
- Não tá, você tá mal mas precisa levantar. Tem uma vida lá fora te esperando. Sai. Levanta e corre.
 - Eu não quero. E se eu for fraca demais e sucumbir e nunca mais conseguir sair do chão.
- Você sabe que consegue. Tem que querer levantar.
- Mas eu não quero.
- Anda logo, levanta e faz alguma coisa, você precisa disso.
- Vou levantar em 3, 2, 1 ......
- E agora eu faço o que?
- Não sei, arruma a casa, se arruma, lê um livro, inventa algo.
- Mas eu não quero. Vou voltar pro chão.
- Para com isso, você precisa de vida, precisa decidir qual vida você quer ter.
- Eu quero fazer parte do chão.
Estou há um hora deitada no chão.

- Levanta!

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