Ontem assistindo o filme “A garota do livro” me recordei de
um antigo sonho que eu guardei numa caixinha e havia esquecido por muito
tempo.
Hoje cedo eu acordei e não sabia quem era a estranha deitada
na minha cama, e foi aos poucos que me dei conta que era eu. Pequena, fraca e
esquecida dentro de uma caixinha.
Há três anos por algum motivo que não sei ao certo decidi
parar de escrever. Parei porque escrever significa eternizar as coisas ou
sentimentos, e muitos deles por muito tempo eu só quis esquecer, ou quis
lembrar de uma forma diferente.
Escrever é expor ao mundo a ferida viva que cada um é por
dentro e maquia com sorrisos, bares e amigos porque ver a dor dos outros é
sentir a própria com ainda mais intensidade. Escrever é marcar para sempre fora
da memória algo que te tocou tão profundamente que você quer que as pessoas
vejam. Escrever é compartilhar tudo aquilo que muitas vezes todos querem
esconder.
Mas sobretudo, escrever é deixar se conhecer para que outras
pessoas possam conhecer a si mesmas e notarem que não estão sozinhas, que de
certa forma todos sentimos coisas que queremos ou não eternizar. É se deixar
exposto para que outras pessoas encontrem na sua dor ou felicidade algum tipo
de conforto.
Eis me aqui uma vez mais para eternizar, não por mim, mas
por vocês que possam vir a ler, que a vida dói, rasga, bate, mas as vezes pode
florir e desabrochar e que não devemos ter medo de eternizá-la porque ela é
curta demais e se esvai como sopro ou furacão.
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